Autor: José Rui

Hipertexto #108

Yellow Fast & Crumble
Blogue de Pedro Moura.

O cancelamento de Phoebe Gloeckner
Não deixa de ser irónico que este completo absurdo e clima persecutório tendo começado a atingir um certo espectro político, seja agora ubíquo e como sempre acontece à mão de tiranetes, ninguém esteja a salvo nos EUA, designadamente na academia (e a ser importado para cá por via dos dos costume). Quando estas pessoas falam em ofensas e micro-agressões, são sempre as vítimas — é gente incapaz de ofender e micro-agredir quem quer que seja. Phoebe Gloeckner, conhecida pelo filme The Diary of a Teenage Girl (2015) e mais recentemente Married to Comics (2023), meteu-se numa alhada ao mostrar a obra de Robert Crumb. Os alunos são tão tolerantes que além de a cancelarem, formaram o grupo R. Crumb Hate Corner (dirigindo o ódio a ela, não a Crumb, fora do alcance da turba).

Uma breve história de Akira
Fonts In Use.

Como pintar como Hayao Miyazaki
Animation Obsessive.

Are bookstores just a waste of space?
Louis Menand na New Yorker. Um artigo de resposta de Nicole Brinkley no Substack.

Ed Piskor (1982-2024)

I have no friends in this life any longer. I’m a disappointment to everybody who liked me. I’m a pariah. News organizations at my door and hassling my elderly parents. It’s too much. Putting our addresses on tv and the internet. How could I ever go back to my small town where everyone knows me? Some good people reached out and tried to help me through this whole thing but I’m just not strong enough. The instinctual part of my brain knows that I’m no longer part of the tribe. I’m exiled and banished. I’m giving into my instincts and fighting them at the same time. Self preservation has lost out.

—Ed Piskor, da sua nota de suicídio.

O que se passa nos EUA e por conseguinte no resto do mundo — tal como o Ocidente utiliza a palavra, que corresponde a 12% do total de população —, é perturbador. Estes problemas já existem provavelmente desde que existe humanidade e Jesus enfrentou os impolutos do Seu tempo de forma eloquente: — Aquele que não tem pecado, atire a primeira pedra (João 8:7).
Na internet tem-se visto que não falta gente pura e imaculada, mas não é só na internet infelizmente. A cultura de cancelamento, confunde vingança com justiça, promove a pureza imaculada principalmente nos outros, mas acima de tudo é uma cultura de promoção da forma mais vil e reles de cobardia.

Inauguração da Bedeteca

Inauguração da Bedeteca
Exposição Companheiros da Penumbra de Nunsky.

Inauguração da Bedeteca

Inauguração da Bedeteca

Inauguração da Bedeteca
Bedeteca, pronta para receber leitores.
Inauguração da Bedeteca
A Bedeteca esteve sempre rodeada. À esquerda, Filipe Abranches e Pedro Moura com a Umbra.

Inauguração da Bedeteca

Desta vez podemos dizer sem reservas — apesar de localizado em dois corredores —, o Shopping Brasília já não via tanta gente desde os seus tempos áureos, ou seja há décadas. É uma pena as obras não estarem prontas (tipicamente, foi prometido para Agosto de 2023), mas mesmo assim, foi magnífico.
A exposição Companheiros da Penumbra de Nunsky despertou imenso interesse e esteve sempre cheia de gente. O Mercado do Contra organizado pela Bedeteca e a Gorila Sentado também não podia ter corrido melhor. A livraria mais que duplicou o anterior máximo de pessoas que entraram num só dia (se exceptuarmos os melhores Free Comic Book Day), que foi com uma das duas exposições da editora Abysmo (de João Paulo Cotrim) em que participou o Sérgio Godinho. Depois vieram as duas do Marcellus Hall, a do Esgar Acelerado, a do Nuno Saraiva (novamente Abysmo e a participação de Sérgio Godinho) e a exposição da Colecção ZineFestPT. As fotografias são de uma hora que foi bastante calma, pouco depois já não se podia passar. Obrigado pela vossa presença.