Estas duas histórias publicadas nesta edição pelo SIBDP em Outubro de 1998, foram originalmente dadas à estampa na revista Tintin em 1981 e 1982, tinha o autor 27 anos, sete de banda desenhada.
“L123” com o seu traço arrojado, consegue a proeza de ser também clássico. Uma escrita eficaz baseada nos ambientes que o próprio autor vivia nos subúrbios. O próprio título era a designação do passe dos transportes sociais da grande Lisboa. “Cevadilha Speed” completa o retrato e confirma apenas o que Relvas deixava adivinhar na obra precedente: Apesar de tudo há luz no fundo do túnel. Seja nos olhos de uma bela rapariga, seja nos mares dos copos de bagaço.
Está disponível na livraria, assinado pelo autor (estes em quantidade limitada), por 5,00€.
Salão Internacional de Banda Desenhada do Porto
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Produção gráfica #2
A resolução a utilizar nas imagens a publicar com impressão em offset (Wikipedia) é um conceito muito simples, mas que infelizmente por algum motivo escapa a autores, editores, designers e gráficas.
O mais vulgar é ser medida em dpi (Dots Per Inch, ou pontos por polegada) e deve ser escolhida adequadamente de acordo com o tipo de imagem e papel utilizado.
Imagens a cores ou cinzentos
Tratando-se de imagens a cores ou cinzentos, é um valor directamente relacionado com o número de linhas a que vai ser impresso o trabalho, lpi (Lines Per Inch, ou linhas por polegada). A relação é muito fácil de decorar: 2x.
Consideremos a situação mais vulgar, um livro impresso a 150lpi — as imagens a cores ou cinzentos terão de ter uma resolução de 300dpi no tamanho final para uma qualidade óptima. Esta relação de 2x é por uma razão matemática fora do alcance deste artigo explicar. Pelo mesmo motivo matemático, se as imagens tiverem mais resolução apenas consomem mais recursos sem rigorosamente nenhum acréscimo de qualidade; se tiverem menos resolução, o trabalho não terá toda a qualidade que poderia; se tiverem muito menos resolução, as imagens aparecerão pixelizadas (aos quadrados) e mais vale estarem quietos.
Esse efeito de pixelização pode ser visto na primeira fotografia. Toda uma cadeia de produção falha quando o resultado é este, o autor devia ter enviado imagens com resolução suficiente (pode ter enviado, mas o livro ter sido paginado com imagens de baixa resolução), o designer devia ter verificado a resolução das imagens, o editor devia ter visto provas e detectado o desastre e por fim, se por algum motivo ninguém viu nada, algo como este resultado nunca poderia ter escapado à gráfica, logo na fase dos fotolitos (para não dizer antes), muito antes da impressão.
A relação entre LPI e DPI é muito fácil de decorar: 2x.
Como referência podem utilizar a seguinte tabela, tendo em conta que existem milhares de qualidades e variantes de papel. Uma boa gráfica pode e deve aconselhar o número de linhas a imprimir, mas muitas julgam que quanto mais linhas mais qualidade o que não é verdade. Por exemplo, imprimir a 150lpi em papel de jornal é uma receita para o desastre, pois esse papel é altamente poroso e os pontos demasiado juntos acabam por crescer e aglomerar-se (entupir, no jargão gráfico) e todo o detalhe da imagem é perdido.
Imagens a cores ou cinzentos | ||
Papel | lpi | dpi |
Jornal | 90 | 180 |
Tipo fotocópia | 133 | 266 |
Mate (bom) | 150 | 300 |
Brilhante (bom) | 175 | 350 |
A banda desenhada dificilmente beneficiará de uma impressão a mais de 175lpi (200lpi e mais, utilizada um livros de fotografia de alta qualidade e obras do género).
Imagens a preto
Não confundir com as imagens acima que têm uma gama de tons de cinzento. Aqui tratam-se de imagens em que apenas existe preto e branco, somente esses dois valores. Estas imagens têm de ser tratadas de uma forma completamente diferente. São digitalizadas em bitmap com o máximo de resolução óptica disponível até 2540dpi no tamanho final ((Esta regra não se aplica à maior parte da chamada impressão digital, que não passa de fotocópia mais elaborada que antigamente. Uma resolução habitual neste processo é 400dpi e sendo o máximo disponível, não há milagres.)). Mais resolução não vale a pena por dois motivos: Primeiro o olho humano já não distingue a diferença, segundo e não é por coincidência, trata-se da resolução máxima processada pelos RIP. É aceitável uma resolução até um mínimo de 1200dpi, menos do que isso e começam a ser visíveis “escadas” no traço e lá se vai a subtileza.
Claro que a balonagem de material a cores ou a cinzento apresenta o seu próprio conjunto de problemas, pois temos a necessidade de uma resolução para as imagens e de outra para o texto. Tentarei explicar isso num artigo futuro, entretanto se tiverem dúvidas, coloquem-nas nos comentários responderei o melhor que souber.