O legado dos grandes colorista das épocas de ouro, prata e bronze dos comics americanos está a ser sistematicamente apagado pela forma descuidada como esses comics são re-coloridos e reeditados, maioritariamente pelas editoras principais. Isto é particularmente infeliz para os artistas que coloriam o seu próprio trabalho como Barry Windsor-Smith, Neal Adam, Tom Palmer ou Klaus Janson. E ainda mais para mulheres pioneiras como Glynis Wein e Marie Severin que coloriram com sensibilidade uma miríade de histórias de banda desenhada. As cores berrantes das reedições não representam de forma nenhuma a aparência que estes comics pretendiam. Destoem a harmonia cromática e eliminam a ambiência. É uma vergonha e no entanto estamos neste pé.
A Marvel está a publicar um volume mamute de $150USD, a edição definitiva do trabalho de Simon e Kirby para a Timely. As capas por alguma razão foram re-coloridas. Mas vejam o que fizeram às páginas interiores. A personagem mais famosa que Simon e Kirby criaram é obviamente o Capitão América, portanto essas poucas páginas devem ser tratadas como tesouros. Pode ser que a Folio Society ou a Taschen o façam um dia. Por agora, a Marvel aplica a sua filosofia de cor inflexível que dá nisto.
Todas as principais editoras reeditam os trabalhos antigos impressos inicialmente em papel de jornal com tons incorrectos e sempre em versões completamente saturadas relativamente à edição original. Ignoram as intenções dos primeiros coloristas que aplicaram a cor tendo em mente o papel de jornal.
Está aqui uma página do incrível Michael Golden que foi reeditada o ano passado em livro cartonado. Vejam o que aconteceu às cores cuidadosamente escolhidas por Adrienne Roy.