Na Magazine Artes, João Paulo Cotrim escreve, “Nele [o negro] assenta a brilhante composição de página, como dele ressurgem as figuras esquemáticas, cheias de ângulos, como que esculpidas em madeira, embora “arrancadas” ao scratchboard, quase marionetas, à beira de uma abstracção que as rimas gráficas, os fundidos e até as sombras dentadas acentuam”.
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Um dos mais interessantes catálogos
“Depois de ter lançado obras tão fascinantes quanto Alguns Dias com Um Mentiroso, Aqueles Que Te Amam (ambos de Étienne Davodeau) ou Mundo Fantasma (obra-prima de Daniel Clowes)”, diz João Miguel Tavares no Diário de Notícias, “e enquanto se aguarda o fundamental Palestina, de Joe Sacco, a editora colocou no mercado mais dois livros importantes: As Aventuras de Hergé, de José-Louis Boucquet, Jean-Luc Fromental (argumento) e Stanislas Barthélémy (desenhos), e Kafka Desiste! e Outras Histórias, de Peter Kuper”.
Cai o símbolo e fica o futebolista…
…conclui João Ramalho Santos na revista Ler. No álbum Aqueles Que Te Amam, “desvanece-se o futebolista e fica o atleta; gasta-se o fôlego e fica, “apenas”, um homem. Frágil. A desconstrução cruel do protagonista ao longo do álbum (e a consequente necessidade de reinvenção/renascimento) lembra muito, e por paradoxal que possa parecer, a eficaz receita “hardboiled” com que Frank Miller presenteia os seus heróis”.
Uma série a reter
“Max & Zoé é, no fim de contas, a história de dois irmãos traquinas para quem, não só a vida é (ainda) uma sucessão de brincadeiras, mas as mensagens que essa vida (ou um argumentista!) lhes trás podem muito bem passar despercebidas!”, observa João Ramalho Santos no JL, “E é assim que Davodeau evita que o seu conto moral se torne moralista, fixando “Max & Zoé” como uma série a reter, para uma área na qual a oferta de qualidade é, ainda assim, escassa”.